“Relatos emocionantes dos voluntários que lidam com corpos de migrantes desidratados no deserto do Arizona”
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“Relatos emocionantes dos voluntários que lidam com corpos de migrantes desidratados no deserto do Arizona”
Um homem foi deixado para trás por seus companheiros de viagem após esperar três horas por eles em uma rocha no Cerro Picudo, no deserto de Sonora, no Arizona. O grupo era composto por cinco migrantes e um guia pago para atravessar a fronteira ilegalmente. Após cinco dias de caminhada pelo deserto, o homem decidiu parar e ligar para o 911 para pedir resgate. Ele se apoiou em uma rocha e aguardou enquanto seus companheiros seguiram em frente.
O deserto de Sonora é uma área vasta, ocupando um território maior que o Estado brasileiro de Alagoas. Do lado mexicano, estende-se pelas províncias de Baja California e Sonora, e do lado dos EUA, através dos Estados do Arizona e da Califórnia. O homem, de 36 anos, tinha água e comida e planejava se juntar a outros migrantes caso os encontrasse no deserto.
A irmã do homem desaparecido tentou entrar em contato com ele por telefone, mas não obteve resposta. Ela então relatou o desaparecimento aos Águias do Deserto, um grupo de voluntários que busca migrantes no deserto de Sonora. Após avaliarem o caso, os voluntários decidiram realizar uma operação de busca semanas depois.
Durante a busca, um dos voluntários carregava uma cruz que fincaria no chão caso encontrassem os restos mortais do homem. A cruz foi doada por uma congregação religiosa em memória dos migrantes que morrem na tentativa de chegar aos Estados Unidos. A fronteira entre os dois países é considerada a passagem migratória terrestre mais perigosa do mundo.
No ano de 2022, quase metade das mortes e desaparecimentos de migrantes documentados no continente americano ocorreram nessa fronteira. No entanto, a Organização Internacional para as Migrações alerta que o número pode ser subestimado devido à falta de dados oficiais dos governos do México e dos Estados Unidos.
Um grupo de voluntários se prepara para uma busca no deserto de Sonora, conhecido por suas altas temperaturas. A desidratação é a principal causa de morte entre os migrantes que atravessam essa região. Embora haja menos vigilância ali do que em outros pontos fronteiriços, como Califórnia, Novo México ou Texas, a falta de acesso à água potável pode ser fatal. Os voluntários aprenderam que é necessário levar água suficiente para si mesmos e também para dar a migrantes vivos que possam encontrar. É essencial beber água aos poucos para evitar sintomas de desidratação.
Entre os voluntários está Chaparrito, que carrega uma cruz para fincar no chão caso encontre algum corpo. Eles se vestem com camisetas amarelas fluorescentes para se distinguir da vegetação e usam botas e proteção até os joelhos para evitar picadas de cobra. Além disso, usam óculos e chapéus para se proteger do sol. Chaparrito carrega um sapato de criança encontrado durante uma operação no deserto da Califórnia, o qual considera um amuleto. Ele próprio passou pelo deserto quando se mudou para os Estados Unidos há muitos anos.
Uma mulher chamada Inmaculada relatou o desaparecimento de seu irmão aos voluntários. Ela explicou que ele tinha uma tatuagem no braço e usava um implante dentário. A família Sánchez, a quem pertence Inmaculada e seu irmão desaparecido, é originária de uma pequena cidade nas montanhas do estado de Puebla, no México. Inmaculada não sabe ler ou escrever em espanhol, o que dificultou sua comunicação com o consulado mexicano para relatar o desaparecimento de seu irmão.
Um homem chamado Raúl Sanchez está desaparecido há mais de um mês no deserto de Sonora. Sua amiga, Inmaculada, pede ajuda para localizá-lo e entra em contato com o amigo de Raúl. Os Águias do Deserto, um grupo de voluntários, recebe inúmeras solicitações de busca, mas a maioria é descartada por falta de informações. O compadre de Raúl fornece coordenadas precisas agora, e os voluntários se preparam para a operação. Ely Ortiz, o líder do grupo, discute as possíveis rotas que Raúl poderia ter seguido no deserto. O grupo se divide em dois para cobrir uma distância de seis quilômetros. Os voluntários começam a busca no deserto de Sonora, na esperança de encontrar Raúl o mais rápido possível.
Em um caso bastante comovente, Raúl Sanchez desapareceu há mais de um mês e meio no deserto de Sonora, deixando sua amiga Inmaculada preocupada e incerta sobre como encontrá-lo. Ao entrar em contato com o amigo de Raúl, ela recebe ajuda para localizar o coiote. Os Águias do Deserto, um grupo de voluntários dedicados a resgatar pessoas desaparecidas no deserto, recebem muitas solicitações de busca, mas a maioria é abandonada por falta de informações suficientes.
Porém, desta vez, o compadre de Raúl fornece coordenadas precisas com base em informações do coiote que o guiou para os Estados Unidos. Apesar disso, há preocupações sobre os recursos que Raúl poderia ter levado consigo, como água e comida, que são cruciais no deserto de Sonora.
Com base nas informações fornecidas, os voluntários planejam sua busca e decidem dividir-se em dois grupos. Enquanto um grupo seguirá o riacho na base da montanha, o outro subirá o Cerro Picudo até a rocha que marca o Y. A esperança é que essa estratégia permita cobrir uma maior distância e aumente as chances de encontrar Raúl em algum lugar ao longo dessas rotas potenciais.
Os voluntários estão determinados a encontrar Raúl e trazê-lo de volta em segurança. Reunidos na entrada do deserto de Sonora, eles se preparam para a operação de busca, com a esperança de que sua dedicação e esforço sejam recompensados com o reencontro de Raúl e sua amiga Inmaculada.
A busca por Raúl Sanchez no deserto de Sonora é uma missão de resgate importante.Os Águias do Deserto, formado por um grupo de voluntários, recebeu informações precisas sobre a possível localização de Raúl, que desapareceu há mais de um mês.Depois de planejarem a operação de busca com base nessas informações, eles dividem o grupo em dois para cobrir mais terreno. A esperança é encontrar Raúl em algum lugar ao longo das rotas que ele pode ter seguido no deserto. Com determinação e dedicação, os voluntários partem em busca de Raúl, com a esperança de encontrá-lo e trazê-lo de volta em segurança.
No entanto, as incertezas persistem. Raúl não se comunicou por WhatsApp como de costume, levantando preocupações sobre seu paradeiro. Os voluntários continuam a procurar por Raúl, questionando as possíveis rotas que ele poderia ter seguido no deserto de Sonora. Divididos em dois grupos, eles cobrem uma área de seis quilômetros, rastreando o riacho e subindo o Cerro Picudo. Com coordenas precisas e informações recentes, os Águias do Deserto estão esperançosos de encontrar Raúl em breve e reunificá-lo com sua família e amigos.
Os voluntários dos Águias do Deserto estão empenhados em encontrar Raúl Sanchez, que desapareceu no deserto de Sonora há mais de um mês e meio. A equipe recebeu informações precisas sobre a possível localização de Raúl e, com base nisso, estão planejando sua operação de busca. Dividindo-se em dois grupos, eles estão trabalhando duro para percorrer uma área de seis quilômetros, seguindo possíveis rotas que Raúl poderia ter tomado. Espera-se que a dedicação dos voluntários e sua busca incansável resultem em encontrar Raúl em breve e trazê-lo de volta à segurança.
No deserto de Sonora, um lugar conhecido por ser perigoso e mortal para os migrantes, Ely Ortiz decidiu dedicar sua vida à busca por aqueles que se perderam nas terras áridas. Ele perdeu seu irmão e primo nesse mesmo deserto e, desde então, junto com sua esposa Marisela, eles organizam buscas nos finais de semana. No entanto, essa decisão não foi fácil, pois sua filha mais velha se sentiu abandonada e Ely acabou sofrendo com bolhas e insolação durante as operações. Ainda assim, a organização de Ely já resgatou mais de 500 migrantes vivos, enquanto pelo menos 3.600 perderam a vida desde 1990.
Os voluntários dos Águias do Deserto se unem em uma oração antes de entrar no deserto, pedindo proteção e ajuda divina. Durante as operações, eles encontram evidências, como roupas e sapatos, que são deixados pelos migrantes em sua jornada. Quando uma pessoa desaparecida é encontrada, Ely denuncia o caso às autoridades responsáveis e, muitas vezes, comunica a triste notícia aos familiares, que geralmente pedem fotos dos restos mortais. Cada uma dessas descobertas traz à tona as lembranças dolorosas do irmão de Ely, mas ele continua sua missão com determinação.
No total, pelo menos 3.600 migrantes sem documentos já perderam suas vidas no deserto de Sonora desde 1990, segundo as autoridades americanas. Neste lugar hostil e implacável, Ely e sua equipe distribuem água de coco e laranjas para fornecer algum alívio antes que partam em busca de mais desaparecidos. Sua dedicação tem salvado vidas e trazido um pouco de consolo aos familiares daqueles que perderam no caminho. Ely continua a enfrentar os desafios e perigos desse deserto em nome daqueles que não têm voz.
Voluntários que ajudam migrantes ilegais na travessia pelo deserto de Sonora encontram pistas deixadas pelos próprios migrantes para se camuflarem e evitar serem detectados pela patrulha de fronteira. Essas pistas incluem mochilas camufladas e sapatos de sola felpuda para não deixarem rastros. Além disso, esses voluntários também se deparam com objetos deixados para trás, como garrafas plásticas, isqueiros, cobertores, roupas e brinquedos. Antes de tocarem nas mochilas, os voluntários as viram com paus para verificar se não há presença de escorpiões ou cobras.
Enquanto percorrem o deserto, os voluntários também se deparam com outras experiências, como encontrar pegadas de animais e aves de rapina que ajudam a localizar corpos. Quando encontram ossos, eles medem e fotografam com o objetivo de enviar as imagens aos médicos legistas para confirmar se são de origem humana ou animal. Além disso, eles colocam fitas amarelas fluorescentes ao lado dos ossos para facilitar a localização pelas autoridades.
Os voluntários também alertam sua presença gritando que são as “Águias do Deserto” e oferecem água e comida, não apenas para ajudar os migrantes perdidos no deserto, mas também para alertar os integrantes do crime organizado que circulam pela fronteira. Em uma das ocasiões, um migrante vivo se aproximou para pedir ajuda e se entregar à patrulha de fronteira após ouvir o grito de ajuda dos voluntários. Ele ficou perdido por três dias, sem comida e água, e expressou arrependimento por ter arriscado sua vida ao entrar no deserto.
Desde 1990, estima-se que cerca de 3.600 migrantes ilegais tenham morrido no deserto de Sonora. Os voluntários continuam sua missão de ajuda e resgate, percorrendo o deserto em busca de migrantes em perigo e oferecendo suporte necessário para que possam retornar com segurança para suas famílias.
No deserto do México, um grupo de voluntários fez uma descoberta chocante: encontraram os restos mortais de uma mulher chamada Soledad Alvarado, que estava desaparecida há um ano e sete meses. Os voluntários também encontraram o corpo de um homem chamado Raúl, que era procurado pelo grupo. Enquanto escalavam as pedras, os voluntários se questionaram sobre como a violência e as fronteiras podem levar à perda de vidas humanas. Apesar dos desafios enfrentados durante a busca, os voluntários permaneceram determinados a encontrar os corpos e a dar um fim adequado a eles.
O grupo de voluntários recebeu apoio de outros membros da comunidade quando souberam das descobertas através do rádio. Mesmo com os avisos de perigo, alguns voluntários se ofereceram para se juntar à busca pelo corpo de Raúl. No entanto, a escassez de água e as encostas íngremes tornaram a jornada ainda mais desafiadora. Enquanto alguns voluntários tiveram que desistir devido à exaustão e falta de forças, outros perseveraram e finalmente encontraram o corpo de Raúl.
O trabalho voluntário nessas circunstâncias desperta reflexões sobre a violência e a falta de respeito pela vida humana. Fica evidente como as políticas e as divisões sociais podem levar à perda de vidas preciosas. Mesmo diante dessas dificuldades, os voluntários continuam a busca incansável por corpos desaparecidos, na esperança de oferecer um fim digno a cada pessoa encontrada. Por mais desafiador que seja, o trabalho desses voluntários é essencial para trazer algum conforto às famílias que vivem com a incerteza do desaparecimento de entes queridos. Com coragem e determinação, eles enfrentam cada obstáculo em nome da justiça e da compaixão.
No deserto, dois homens, Chaparrito e José, encontram o corpo de Raúl marcado por uma fita vermelha. O cheiro de carne em decomposição os envolve, acompanhado pelo zumbido das moscas. O corpo de Raúl está exposto ao sol, desprotegido. Chaparrito decide honrá-lo, colocando uma cruz no chão e fazendo uma oração. Ele borrifa água benta na cruz e no corpo, pedindo por sua alma. Em meio às lágrimas, Chaparrito se afasta do corpo e olha para o vazio.
Um helicóptero dos agentes de busca e resgate chega à montanha e retira os corpos. A equipe agradece aos voluntários pelo trabalho realizado. Essa montanha é um local remoto onde migrantes se perdem a caminho dos Estados Unidos. Dois corpos foram resgatados naquele dia, uma situação incomum. Chaparrito revela que está se mudando para o Texas para continuar o trabalho dos Águias do Deserto.
Nas montanhas de San Antonio Acatepec, a família…
Raúl tem esperança de que o consulado mexicano no estado do Arizona realizará o processo de repatriação dos restos mortais.
Inmaculada, entre soluços, expressa sua gratidão aos voluntários por terem procurado seu irmão e por possibilitarem que a família possa dar um fim a esse doloroso episódio.
Agora, a prioridade é permitir que a mãe de Raúl possa finalmente enterrar seu filho, dando-lhe um descanso digno.