Policiais militares acusados de matar criminoso desarmado enfrentarão processo em liberdade
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Policiais militares acusados de matar criminoso desarmado enfrentarão processo em liberdade
Agentes de segurança pública estavam presos há mais de um ano após uma perseguição que resultou na morte de um suspeito desarmado. O caso ocorreu em 2022, quando os agentes perseguiram suspeitos de roubo de uma casa de Bertioga a Guarujá, no litoral paulista.
No dia 15 de junho, três homens invadiram uma residência em Bertioga, onde roubaram um carro, dinheiro e pertences pessoais. Eles utilizaram o veículo para fugir e foram perseguidos por policiais militares em uma rodovia em Guarujá.
Durante a perseguição, um dos criminosos, Everton de Jesus Oliveira, foi preso. O segundo, Vitor Paixão, foi baleado três vezes pelos policiais, sendo que um deles teria dito “morre na moral aí”. O terceiro suspeito, Kaique de Souza Passos, de 24 anos, se escondeu em uma favela, mas foi encontrado pelos agentes. Mesmo se rendendo com os braços levantados, foi assassinado com sete tiros.
O Ministério Público de São Paulo inicialmente arquivou o processo, alegando legítima defesa por parte dos policiais, porém a Corregedoria da Polícia Militar decidiu investigar o caso e encontrou diversas irregularidades cometidas pelos agentes, baseado nas imagens das câmeras presas aos uniformes. Os agentes Paulo e Israel são acusados de executar Kaique, enquanto Diego e Eduardo são citados por tentar matar Vitor.
Os quatro policiais alegam que agiram em legítima defesa e negam qualquer tentativa de obstruir as gravações das câmeras. Atualmente, eles aguardam o julgamento em liberdade. A prisão preventiva não pode ser estendida e não há previsão para o início do julgamento. Durante esse período, os agentes estão proibidos de ter contato com as testemunhas e vítimas do processo, devendo manter uma distância mínima de 200 metros.
Ao obter a liberdade provisória, os policiais estão proibidos de exercer atividades policiais em Guarujá, porém podem ser realocados em serviços internos, fora do policiamento extensivo, até que o julgamento seja concluído. A condição pessoal de cada um deles em relação ao porte de arma será avaliada pela Corregedoria.
A Polícia Militar emitiu uma nota informando que os policiais obtiveram alvarás de soltura e o processo segue em andamento na 3ª Vara Criminal de Guarujá. No entanto, não foram fornecidas informações sobre as medidas tomadas em relação ao porte de arma e às atividades dos acusados.
O advogado que representa os agentes Diego Nascimento de Souza e Israel Morais Pereira de Souza afirmou que a soltura era esperada, aguardando o julgamento para comprovar a inocência dos policiais.
De acordo com o autor do artigo, há alegações de erros na investigação realizada pela Corregedoria da Polícia Militar. Segundo ele, os agentes envolvidos cumpriram estritamente a lei ao prender três indivíduos confessos de roubo. A reportagem tentou entrar em contato com a defesa de Paulo Ricardo da Silva, porém não obteve sucesso até o momento. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que está investigando o caso.
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